Conceito: É uma neoplasia de plasmócitos caracterizada pelo comprometimento do esqueleto em diversos locais.
Etiologia: Anormalidades cariotípicas. Sua incidência é mais elevada em homens, indivíduos afro-descendentes e adultos de mais idade.
Patogênese: A proliferação e a sobrevivência das células de mieloma dependem de várias citocinas, principalmente IL-6, que é produzida por plasmócitos neoplásicos e células estromais normais da medula. Os fatores produzidos por plasmócitos neoplásicos medeiam a destruição óssea. Várias citocinas produzidas por células tumorais, principalmente MIPI e RANKL, servem como fatores ativadores de osteoclastos, constituindo pontos para possíveis intervenções terapêuticas. As anormalidades cariotípicas mais freqüentes são deleções do 13q e translocações envolvendo o lócus de cadeias pesadas de Ig no 14q32. Apesar da predominância da doença óssea, o mieloma pode se propagar também para linfonodos e locais extranodais, como a pele.
Alterações Morfológicas:
Macroscópicas: O mieloma múltiplo se apresenta mais frequentemente na forma de tumores ósseos destrutivos multifocais, distribuídos por todo o sistema esquelético e composto por plasmócitos. Os ossos do esqueleto axial são os locais mais comumente afetados. As lesões focais se iniciam, em geral, na cavidade medular, onde provocam a erosão dos ossos esponjosos e destroem progressivamente o córtex ósseo, causando fraturas patológicas. As lesões ósseas aparecem nas radiografias como defeitos em saca-bocados nos ossos com 1 cm a 4 cm de diâmetro, sendo compostas por massas tumorais gelatinosas, macias e vermelhas. Mais raramente, pode haver desmineralização difusa (osteopenia), em vez de defeitos focais.
Microscópicas: Apresenta um aumento no número de plasmócitos. Os plasmócitos neoplásicos geralmente possuem uma região perinuclear clara e núcleo excêntrico. Pode haver predominância de plasmoblastos, com cromatina nuclear vesicular e de um único núcleo proeminente, ou de células multinucleares bizarras. Outras variantes podem causar acúmulo intracelular de Ig intacta ou parcialmente degradada. Os altos níveis plasmáticos de proteínas M fazem com que as hemácias dos esfregaços de sangue periférico grudem umas nas outras em uma organização linear chamada de formação de rouleaux.
Alterações Funcionais: As manifestações clínicas surgem como conseqüência de infiltração de órgãos, particularmente os ossos, por plasmócitos neoplásicos, produção de imunoglobulinas em excesso, e supressão da imunidade humoral normal. A reabsorção óssea frequentemente acarreta fraturas patológicas e dor crônica. A hipercalcemia associada pode dar origem a manifestações neurológicas como confusão mental, fraqueza, letargia, constipação e poliúria. A produção diminuída de imunoglobulinas normais contribui para infecções recorrentes bacterianas como S. pneumoniae, S. aureus e E. coli. A insuficiência renal é de grande importância. A amiloidose do tipo AL ocorre em alguns pacientes. A imunoglobulina monoclonal mais comum no plasma é a IgG. Um compartimento amplo da medula dá origem à anemia normocrônica normocítica, acompanhada às vezes de leucopenia moderada e trombocitopenia.
Degeneração: Presente como fator secundário; Necrose/Apoptose: Forte presença; Pigmentação: Ausente; Calcificação: Ausente; Neoplasia: Dominante; Inflamação: Presente como fator secundário; Reparo: Presente como fator primário; Distúrbios Hemodinâmicos: Presente como fator secundário; Alteração do Crescimento e da Diferenciação Celular: Forte presença.
Postado por: Patrícia Emanuelle - Biomedicina 300.5
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